A Pesquisa & Inovação em Botânica pode prestar serviços à sociedade
A Pesquisa Básica pode produzir inovações que precisam ser avaliadas
A publicação de artigos científicos é a principal forma de troca de informação de pesquisas no mundo atual, mas as novidades científicas publicadas tem sido principalmente direcionadas aos cientistas, promovendo impactos principalmente na comunidade científica. Entretanto, muito desses conhecimentos também podem ter impacto social se apresentados em outros formatos como por exemplo em vídeos, em textos de divulgação, blogs e em redes sociais entre outros. E o conhecimento científico produzido na forma de inovações, de produtos patenteados e de softwares se somam aos formatos já conhecidos e precisam ser avaliados.
Mas as métricas de citações não conseguem medir o alcance e os impactos destes novos formatos de difusão de conhecimento científico produzido nas Universidades e Institutos de Pesquisa, pois não avaliam o uso pelo público não científico, bem como a relevância social do conhecimento. Por este motivo outras métricas tem sido consideradas, tais como número de downloads, o acesso em divulgações feitas em redes sociais e essas medidas já compõe as Altimetrics (métricas alternativas). Mas os impactos de inovações também precisam ser avaliados, como nos programas computacionais online que podem apresentar contadores de acesso e de registro de usuários.
A análise dos resultados de acesso em Sites e Programas computacionais online pode demonstrar o alcance geográfico e o perfil dos usuários, mas também medir o interesse pelo público em geral pelo conhecimento embarcado nestes formatos.
Os acessos no "Guia eletrônico de identificação de sementes e propágulos da Serra Dourada, Goiás, Brasil" demonstraram a prestação de serviços de identificação e o interesse na inovação
A obra eletrônica publicada online em português é um produto do projeto de Pesquisa & Inovação "Morfologia e função de frutos e sementes ocorrentes na Serra Dourada, Goiás, Brasil" de professores/pesquisadores UFG e da UFRB que foi finalizado em 2019.
Avaliação dos acessos e de alcance do Guia Eletrônico da Serra Dourada
Na criação do código fonte do aplicativo (GIIC Web versão 1.1) foi permitido o registro de acessos de uso com o Google Analytics como forma de avaliar os impactos e o alcance da publicação eletrônica. A avaliação dos acessos demonstrou o alcance em quase todo o território brasileiro e também por usuários de outros 15 países (Veja nas imagens a seguir).
Os usuários brasileiros (484) foram principalmente dos estados de Goiás (94), São Paulo (74) e Minas Gerais (69), sinalizando a difusão de conhecimentos científicos sobre sementes e propágulos em locais diferentes daqueles em que foram produzidos. Contudo, o interesse na inovação alcançou usuários estrangeiros e de estados em que não ocorre vegetação do tipo Cerrado como em alguns estados da região Norte, Nordeste, Sudeste e Sul do Brasil (Veja na imagem a seguir).
Acessos às páginas sinaliza a prestação de serviços de identificação de espécies
Os usuários (527) que consultaram o Guia Eletrônico da Serra Dourada visitaram 3.217 páginas desde Agosto de 2019, demonstrando o uso do aplicativo na tentativa de identificação de espécies (Veja na imagem a seguir).
A identificação de espécies vegetais é essencial para a compreensão do mundo vegetal que nos cerca e para determinar os usos/aplicações/riscos/ameaças, pois espécies semelhantes muitas vezes não apresentam as mesmas propriedades. A Flora do Brasil 2020 é um exemplo de como a Pesquisa em Botânica além de gerar inovação também auxilia na identificação de espécies vegetais, pois o acesso ao conhecimento é livre para todos os interessados.
Produtos de Pesquisa Básica & Inovação em Botânica em um formato pronto para o uso pela sociedade também podem ser adotados em atividades de ensino. E o Guia Eletrônico da Serra Dourada já foi usado nas edições do "Curso de identificação de sementes e propágulos para o comércio no Brasil" ofertadas na UFG em 2019 e 2020. O uso do aplicativo em Cursos feitos por estudantes, por profissionais e por pesquisadores/professores fechou o ciclo de Ensino, Pesquisa e Extensão, cumprindo os princípios que regem as Universidades Públicas brasileiras.