Botânica Pública - Editorial

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  Editorial

A área de botânica passou por grande transformação nos últimos tempos, artigos vêm sendo publicados em revistas científicas nacionais e internacionais, isso porque é uma ciência dinâmica que está sempre se renovando e gerando novos conhecimentos, contudo na maioria das vezes essas informações não chegam aos professores da Rede de Ensino e à sociedade em geral, isso acontece por por diversas razões entre as quais destacamos:

a. Existem exigências de órgãos de fomento à pesquisa e em programas de pós-graduação para que o conhecimento seja publicado em periódicos científicos com impacto na comunidade científica internacional.

b. Os referidos impactos são medidos pelas citações dos trabalhos publicados por outros autores de artigos científicos, ou seja, pela citação por outros pesquisadores o que promove um ciclo vicioso de ciência para cientistas.

c. A ciência voltada à comunidade científica não deve ser avaliada como algo errado, pois em algumas áreas a evolução do conhecimento pode não apresentar uma aplicação imediata, necessitando que um certo número de avanços no conhecimento sejam acumulados para serem aplicados. Mas a visão dominante de publicação em periódicos internacionais tem provocado sérias distorções no processo de divulgação científica e especialmente para a área de botânica no Brasil, que é um país mega-biodiverso. No Catálogo de Plantas e Fungos do Brasil foi informado que o Brasil é detentor de cerca de 41.000 da espécies de vegetais e fungos, o que representa entre 19-20% da estimativa da biodiversidade vegetal mundial.

d. O conhecimento da mega-diversidade vegetal brasileira é publicado em diversas obras especializadas, as quais muitas vezes exigem pagamentos para sua publicação e para a leitura. E quase sempre estão em língua inglesa, o que limita o acesso às informações pela população em geral e por tomadores de decisão. Dessa forma, o conhecimento gerado com recursos públicos no Brasil não tem sido facilmente disponibilizado à sociedade que o financiou.

e. No contexto das Universidades brasileiras que as são responsáveis pela formação de recursos humanos, a distorção da produção científica é mais séria, pois reflete na formação de novos cientistas que podem ser formados com uma percepção equivocada sobre o verdadeiro propósito e objetivo da ciência/academia brasileira, que deveria ser o de identificar e propor soluções para os problemas brasileiros, mas é levada a crer que o mais importante é publicar um artigo em um periódico científico internacional. E especificamente na área de botânica, destacamos a necessidade de formação de recursos humanos para pensar e propor formas e meios para possibilitar a conservação da biodiversidade vegetal e consequentemente da biodiversidade animal associada e também, para o ensino de botânica em diversos níveis.

Com o intuito de estabelecer um canal de diálogo direto com a sociedade brasileira os Parceiros da Universidade Federal de Goiás (UFG), da Universidade Federal do Recôncavo da Bahia (UFRB), da Universidade Federal do Maranhão (UFMA), da Universidade Federal de Mato Grosso do Sul (UFMS), da Universidade Estadual Paulista "Júlio de Mesquita Filho" (UNESP) e de outras instituições vêm a público apresentar a revista digital Botânica Pública, que tem por missão a divulgação de conteúdos das áreas da botânica e também de áreas relacionadas, de autoria de professores, pesquisadores e estudantes. E dessa forma, pretende-se prover um meio de comunicação que possibilite a divulgação de conteúdos técnico-científicos para a sociedade, demonstrando a relevância social e econômica do conhecimento produzido nas universidades e institutos de pesquisas brasileiros.

Desejamos que outros profissionais da área Botânica se envolvam nessa proposta que nasceu na UFG (ICB/Departamento de Botânica e Departamento de Educação em Ciências e da FAV) e já conta com Parceiros do IEPA, da SEEBA, da Unicamp/IB, da UEFS, da UERJ/LABIO, da UERR, da UFJF/Gebot, da UFMA/CCS/DB/TaXa, da UFMS/COR, da UFMT/IB/BOTECO, da UFPA/ICBIO, da UFPR/DBOT/GEPE, da UFRB/CCAAB/HURB, da UFSC/CCB/Mind.Funga, da UNESP/FEIS/DBZ/HISA, da USP/IB/DB/Boted, da UFPB/CCEN/DSE) da UFRR/CEB, da UNIR/DCB. Também desejamos que este Projeto de Popularização da Ciência venha a ser apoiado/encampado pelas Sociedades Científicas, para que se concretize como uma ação eficiente e persistente ao longo dos anos.

 

 

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